quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sonhos e areia


Bater massa

Bater no desânimo

Misturar cimento e areia

Misturando dor e alegria

Não perder a medida da água

Perder água em forma de suor

Bater a massa sem parar

Parar para o almoço

Colocar a massa

Para dentro.

Distribuir

a massa

Afastar

cansaço

levantar

paredes:

erguer

s

o

n

h

o

s

.

(Ana Selma Cunha)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cavalheiro Andante

O cavalheiro ao qual me refiro é um encantador da palavra, é um ser mágico que recebeu uma missão muito especial de nossos ancestrais: contar histórias e plantar no coração dos seres humanos sua magia, não deixando que nos esqueçamos de alimentar o espírito com este alimento.
Quem me falou deste cavalheiro foi um ser humano especial que já conhecia o sabor das histórias e não tinha, e nem tem, a gula de se alimentar sozinha, sempre procura dividir, pois caso você leitor não saiba, quanto mais se divide as histórias que sabemos mais elas se multiplicam e dão mais frutos, então esta pessoa me fez conhecer, primeiro, o texto do cavalheiro.
Foi o pretexto que eu precisava para buscar mais, até que em uma oportunidade que se tornou um marco em minha vida, pude conhecer pessoalmente este Cavalheiro, que é também cavaleiro andante das palavras e sai pelo mundo falando de seu oficio, "oficinando" com pessoas diversas ensinando e aprendendo.Pude ouvir de sua boca, palavras que eu já havia lido em seus livros e , pude conhecer o ser humano que este cavalheiro é, e plantamos então a semente da amizade que é delicada e precisa de muitos cuidados e, mesmo à distância, vez por outra, entre uma oficna, palestra, feiras de livros, tecitura de novos livros, lançamentos e etc, nos falamos graças aos meios eletrônicos da vida e regamos o que espero ser um dia uma árvore frondosa e bela: nossa amizade. Guardo este cavalheiro em um lugar especial do meu coração, é um querido amigo.
Encante-se um pouco com este cavalheiro também, veja o vídeo do YOU TUBE, onde ele fala de seu ofício de contador de histórias:


A beleza da poesia de Cecília Meireles

Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada.


Esta poesia é um banho de beleza para a vida, desde que a li pela primeira vez fiquei apaixonada de tal forma que a guardei em meu coração e ofereço a todos que acessarem este blog, com o forte desejo de que ela lhes faça ver sempre a beleza da vida.